segunda-feira, 31 de outubro de 2011

CONSERVAÇÃO AO ALCANCE DAS NUVENS


 As montanhas mais altas da região Sudeste, que se elevam a mais de dois mil metros e fazem a alegria de visitantes mineiros, paulistas e cariocas nos meses de inverno, estão prestes a se tornar a mais nova área protegida brasileira: o Parque Nacional Altos da Mantiqueira. Os atributos naturais e paisagísticos da região, já há muito apreciada por quem procura luxo nas montanhas ou aventuras nas trilhas mais altas do país, dispensam comentários. Mas a intenção agora é tentar salvar o que resta da biodiversidade da fragmentada Mata Atlântica, numa faixa contínua de áreas em bom estado de conservação. Esta é a luta recente em  favor do bioma mais devastado do país, que já perdeu quase 93% de sua área original.

O desenho proposto para o Parque Nacional Altos da Mantiqueira foi preciso e ousado. Arrebanhou mais de 87 mil hectares de Mata Atlântica entre São Paulo, Minas Gerais e um pedacinho do estado do Rio de Janeiro, no bioma que, aliás, não tem nem 2% dos seus remanescentes protegidos sob status integral, isto é, não admitindo impactos diretos. A região pleiteada já é englobada pela Área de Proteção Ambiental (APA) federal da Mantiqueira, que, entretanto, não tem instrumentos suficientes para garantir a conservação que as serras requerem. Só para comparar, os conhecidos parques nacionais do Itatiaia e Serra dos Órgãos têm 30 mil e 20 mil hectares, respectivamente.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

RESISTÊNCIA À CONSERVAÇÃO


Estudantes do ensino médio da Escola Estadual "Professor João Cruz", de Jarareí (SP), nas atividades de interpretação de trilha em um fragmento da Mata Atlântica do Campus da UNIVAP, Vila Branca, em Jacareí.
Sempre que se tenta criar uma unidade de conservação da natureza há uma grande resistência da maioria da população. Isto é um indicador de que o Brasil está na estaca zero em termos de Educação Ambiental. Que precisa de investimentos pesados nesta área como fazem os países do primeiro mundo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

EFEITO ESTUFA: DO JEITO QUE ESTÁ, NÃO DÁ PARA CONTINUAR


É impossível reduzir as emissões de gases do efeito estufa sem pôr um freio no crescimento da economia, afirma o inglês Tim Jackson


A atual crise financeira global vem tirando o sono de muita gente – de trabalhadores angustiados com o fantasma do desemprego a investidores que amargam prejuízos com a queda da bolsa de valores, de empresários que estão arrancando os cabelos por causa da diminuição de seus lucros a governantes preocupados com a ameaça da recessão. Esse cenário sombrio, no entanto, é uma excelente oportunidade para as pessoas refletirem sobre as armadilhas do atual modelo econômico, baseado na busca obsessiva do crescimento. É o que diz o matemático e filósofo inglês Tim Jackson, professor de desenvolvimento sustentável da Universidade de Surrey, na região de Londres. Para Jackson – um estudioso das relações entre o estilo de vida e o ambiente –, se a economia mundial continuar a crescer no mesmo ritmo dos últimos anos, será impossível garantir a sustentabilidade das próximas gerações. Segundo ele, a atitude mais sensata que cada um de nós pode adotar para um mundo mais sustentável é comprar menos – já que as medidas adotadas até agora têm sido insuficientes para neutralizar as emissões de gases que causam o efeito estufa. “Acreditar que as emissões vão diminuir enquanto a economia continuar crescendo sem limites é a receita do desastre”, afirma Jackson na entrevista a seguir.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

PROTOCOLO DE KYOTO: A SUJEIRA DAS NAÇÕES


 Em novembro de 2004, a discussão sobre aquecimento global tornou-se ainda mais acalorada. Com a adesão da Rússia ao Protocolo de Kyoto, o acordo que pretende controlar o efeito estufa atingiu o número mínimo de participantes necessário para entrar em vigor. Começa a valer em 16 de fevereiro, mas ainda cercado de polêmicas e com a oposição dos Estados Unidos.

sábado, 15 de outubro de 2011

ORGÂNICOS + TRANSGÊNICOS = ORGÊNICOS

O alimento do futuro será geneticamente modificado e sem agrotóxicos ao mesmo tempo. E isso vai ser bom para o bolso e para o ambiente



Os alimentos orgânicos já frequentam a mesa de muitos brasileiros. Os transgênicos também. Mas será que um alimento pode ser um misto das duas coisas? O suíço Klaus Ammann, professor da Universidade de Delft, Na Holanda, acredita que sim. "O futuro pertence às culturas ‘organotransgênicas’, que serão cultivadas com agricultura de precisão, respeitando a natureza e sua biodiversidade", escreveu ele em uma participação no livro Genetic Glass Ceiling ("Teto de Vidro Genético", em inglês), do biólogo Jonathan Gressel. Para Ammann, essa é a única forma de a agricultura orgânica ganhar produtividade para poder ser feita em larga escala.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

VERDE: A COR DA NOVA ECONOMIA


As energias renováveis fomentam um mercado bilionário e, além de ajudar a limpar o planeta, serão um dos motores para salvar a economia.


Peng Xiaofeng, de 33 anos, acaba de virar o 4º homem mais rico da China, com uma fortuna de US$ 3,96 bilhões. No ano passado, ele era o 6º. Nada mau num ano em que magnatas do mundo todo perderam muito com a crise. Outro que tem motivos para comemorar é Shi Zhengrong, 45 anos. Ele pulou da 25ª posição para a 8ª, com US$ 3,1 billhões.

Essas histórias não teriam nada de mais não fosse o trabalho dos dois empresários: fazer painéis solares. Num país movido a carvão, o combustível mais poluente que existe, eles juntaram bilhões com uma fonte de energia limpa, que não queima combustíveis fósseis nem libera CO2 na atmosfera.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

PARA IPCC, RENOVÁVEIS SÃO SAÍDA PARA AQUECIMENTO GLOBAL


Energia eólica no Rio Grande do Sul tem capacidade de abastecer, anualmente, o consumo residencial de cerca de 750 mil pessoas. Crédito: Inês Arigoni


Com as tecnologias disponíveis atualmente, é possível que apenas 2,5% das fontes viáveis de energias renováveis consigam suprir cerca de 80% da demanda mundial de energia até 2050. Essa é uma das informações contidas no novo relatório lançado, na segunda-feira (09/05), pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).