Cada hectare de floresta em
desenvolvimento é capaz de absorver nada menos do que 150 a 200 toneladas de
carbono.
É a absorção de grandes
quantidades de gás carbônico (CO2) presentes na atmosfera. A forma mais comum
de seqüestro de carbono é naturalmente realizada pelas florestas. Na fase de
crescimento, as árvores demandam uma quantidade muito grande de carbono para se
desenvolver e acabam tirando esse elemento do ar. Esse processo natural ajuda a
diminuir consideravelmente a quantidade de CO2 na atmosfera: cada hectare de floresta
em desenvolvimento é capaz de absorver nada menos do que 150 a 200 toneladas de
carbono.
É por essas e outras que o
plantio de árvores é uma das prioridades para a diminuição de poluentes na atmosfera
terrestre. “A recuperação de áreas plantadas, que foram degradadas durante
décadas pelo homem, é uma das possibilidades mais efetivas para ajudar a
combater o aquecimento global”, afirma Carlos Joly, do Instituto de Biologia da
Unicamp.
Porém não é a única: já existem
estudos avançados para realizar o que os cientistas chamam de seqüestro geológico
de carbono. É uma forma de devolver o carbono para o subsolo. Os gases de
exaustão produzidos pelas indústrias são separados através de um sistema de
filtros que coletam o CO2. Esse gás é comprimido, transportado e depois
injetado em um reservatório geológico apropriado – que podem ser campos de
petróleo maduros (já explorados ou em fase final de exploração), aqüíferos
salinos (lençóis de água subterrânea com água salobra não aproveitável) ou
camadas de carvão que foram encontradas no solo. (veja infográfico ao lado)
“Os reservatórios geológicos são
altamente eficazes para aprisionar fluidos em profundidade. Do contrário, o
forte terremoto que causou o tsunami na Ásia teria rompido diversos depósitos
geológicos naturais. No entanto, nenhum campo de gás natural ou petróleo
vazou”, explica o geólogo José Marcelo Ketzer, coordenador do Centro de
Excelência em Pesquisa sobre Armazenamento de Carbono (Cepac). Ketzer lembra
ainda que os campos de petróleo ou gás natural guardaram esses fluidos por
milhões de anos e que eles permaneceriam intactos se o homem não resolvesse
trazê-los para a superfície.
Solução que vem da terra
Saiba como é possível seqüestrar
o carbono do ar e deixá-lo enterrado para sempre, no cativeiro
O gás carbônico é separado no
processo de exaustão das indústrias por meio de um sistema de filtros. Esse gás
é comprimido e transportado até um local geológico. Ali, o gás é injetado em 3
tipos de reservatório: campos de petróleo maduros (já explorados ou em fase
final de exploração), aqüíferos salinos (lençóis de água subterrânea com água
salobra não aproveitável) ou camadas de carvão.
1. Nas árvores
Em fase de crescimento, as
árvores são verdadeiros aspiradores de CO 2 da atmosfera. O tronco de uma
árvore é 80% composto de carbono, portanto não é de admirar que elas suguem,
por hectare, 150 a 200 toneladas de CO 2 do ar. Uma árvore, sozinha, é capaz de
absorver 180 quilos de CO 2.
2. Camadas de carvão
Assim como nos campos de
petróleo, a injeção de carbono em reservas de carvão também pode ser lucrativa:
o carvão retém o CO 2 e libera no processo o gás natural, que pode ser
explorado e comercializado. Nos depósitos localizados em profundidades muito
grandes, o gás carbônico pode ser armazenado.
3. Campos de petróleo
Os poços maduros, onde não há
mais produção de petróleo e gás, podem se transformar em grandes depósitos de
CO 2. Seria dar apenas mais um passo, uma vez que as petrolíferas já injetam o gás
carbônico em campos maduros de petróleo para, por intermédio dessa pressão,
aumentar o potencial de extração neles.
4. Aqüíferos salinos
Nestes enormes mantos de água no
subsolo, a água é tão salobra que não serve para o consumo. Dessa forma, eles
seriam uma ótima alternativa para estocar carbono. Trata-se das formações com
mais capacidade de armazenar CO 2: os especialistas estimam que os aqüíferos
possam reter até 10 mil gigatoneladas do gás.
por Texto Rafael Tonon
Superinteressante Edição: 247 dezembro/2007 p. 38 – 39
http://super.abril.com.br/ecologia/sequestro-carbono-447349.shtml
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